A concepção arquitetônica de Tadao Anda elucida, de modo legítimo e consistente, aproximações entre o pensamento minimalista e o fenomenológico (10). Geometria, luz natural e natureza configuram-se como recursos plásticos básicos e essenciais para se alcançar uma expressão arquitetônica que se destaca pela elevada carga de materialidade e que explora, da maneira mais pura, a sensitividade humana ante a experiência espacial suscitada pela obra arquitetônica. O arquiteto atinge esta síntese minimalista fenomenológica com simplicidade e singeleza no projeto da Igreja da Luz (1989) em Osaka .
A volumetria, essencialmente básica, se constitui por uma pequena caixa em concreto aparente atravessada diagonalmente por uma parede que divide a entrada da área da capela . À maneira da arquitetura tradicional japonesa, baseada em jogos de luz natural e de sombras filtradas, Ando insere uma abertura cruciforme na parede do altar, permitindo a entrada da luz natural no ambiente. Com o transcurso do Sol, a luz se projeta no piso e nas paredes da igreja, provocando um impactante efeito visual.
A partir de um gesto simples porém emblemático, que consiste na entrada da luz no interior da igreja contrapondo-se à austeridade das tradições religiosas e à frieza do concreto aparente, Ando realiza o objetivo norteador de uma concepção essencialmente minimalista: alcança um grande impacto sensorial utilizando um mínimo de meios.


Fonte-http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.088/208
Nenhum comentário:
Postar um comentário