AO PROPOR UMA ARQUITETURA ESSENCIALMENTE SENSORIAL, INTROSPECTIVA E DE INIGUALÁVEL SUTILEZA, TADAO ANDO SE DESTACA NO CENÁRIO INTERNACIONAL POR SEUS EDIFÍCIOS SINGELOS E PUROS. PELO SILÊNCIO, SUA ARQUITETURA EVOCA UMA NECESSÁRIA REFLEXÃO SOBRE O PROPÓSITO DESSES ESPAÇOS, E FAZ DO SER HUMANO UM ELEMENTO FUNDAMENTAL DE SEUS PROJETOS, ASSIM COMO A NATUREZA, REPRESENTADA POR RECORTES PRECISOS DE LUZ, CORRENTES DE AR E ESPELHOS D'ÁGUA.
Uma casa pequena, de 57 m2, no centro velho de Osaka, chama a atenção entre duas pequenas casas geminadas. Na verdade, não chama: a grande parede de concreto passa despercebida para a maior parte dos passantes, dada a sua simplicidade. Pesada, pura, com as marcas das fôrmas e os furos de ancoragem cuidadosamente alinhados, a parede de dois andares de altura tem um recorte que serve de passagem para um minúsculo hall. Ali, uma clarabóia dá indício de como o espaço interno será marcado pela luz. A casa, que ocupa todo o lote, é uma grande caixa de concreto onde o terço central é deixado vazio, criando um pátio interno. Na impossibilidade de aberturas laterais, o arquiteto decidiu criar sua própria paisagem e estabeleceu uma relação dos cheios com o vazio que ordena toda a circulação da casa e permite a entrada de luz e ar para os cômodos. É 1976, e o jovem arquiteto Tadao Ando se destaca com essa singela construção, posteriormente premiada pela Associação de Arquitetos do Japão. Tratase de uma espécie de "casa-manifesto", onde o arquiteto semeia com invejável precisão uma síntese do que viria a ser sua pesquisa nas décadas seguintes.
Fonte- http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/154/artigo39513-1.asp
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